G.
Um jeitinho todo charmoso – ainda
o tem, mas mais dissimulado – dominava seu jeito de ser. Fosse para sentar ou
andar, meio com jeito de uma enguia, descrevendo suaves curvas no trajeto, como
que a sublinhar seus atos.
Caso tivesse em mente alguma
solicitação ou conquista, digamos um doce fora de hora, uma liberação extra de
algum brinquedo temporariamente proibido por discussão com a irmã ou coisa do
gênero, o riso ficava um pouco mais simpático, o dedo indicador tocava os
lábios, os olhos – adornados por grossas e negras sobrancelhas e cílios que
pareciam postiços – mirando algum ponto distante e sua aproximação era em
círculos, aliás, mais para um movimento de caracol, fechando-se sobre a vítima.
Perguntava como não quisesse
nada, como se fosse uma simples curiosidade sobra algo sem o menor significado.
A negativa, que parecia ser já
contabilizada, a fazia, de pronto, mirar seu foco para outro lado sem essa mais
aquela, como se nada estivesse acontecendo, mas no caso da positiva,, na
maioria das vezes ela sorria e parecia reprimir a comemoração pela vitória para
não dar o braço a torcer ou expor sua tática.
A minha estrategista predileta.
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