Sentia agora como estivéssemos nos
passos de um bolero.
Cada acorde levava seu corpo em ondas
suaves e que, num continuum, mantinham seus movimentos como ondas. A sensualidade das notas casando com seu corpo,
que, flutuantes na nuvem melodiosa, tecia nas suas curvas ondas que me
envolviam, como que me guiando ao próximo passo, ao mesmo tempo que me dava a
sensação de conduzi-la, fazendo-me indagar se não seria este o par perfeito.
Um vento suave e ao mesmo tempo
embebido de sentimentos nos envolvia e nos levava; mostrava ternura, tecida pelo
afeto, força gerada pelas notas da paixão que a partitura agora nos impunha. As
notas desenhando as frases em combinações que nos faziam sonhar.
Os passos, que a cada compasso se
firmavam, nos guiavam por caminhos desconhecidos daquele salão infinito, de uma
luz de tons indescritíveis e perfumes de flores desconhecidas.
Dança comigo até que a música acabe, eu
pedi. Deixe que te leve até onde o salão termine, implorei.
Para que, quando lá chegássemos, no fim
do salão, no final da música, esperássemos pela próxima, pois dançar era só o
que sabíamos.
Nada mais.
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